Ela gostava de carinho, cheirinho no pescoço,
abraço apertado daqueles que dão sono de tão aconchegante. Ela gostava de mãos
dadas, de sorriso olho no olho, de dizer que gosta com o rosto vermelho de
vergonha. Pois é, ela gostava... Mas hoje em dia prefere não falar nisso. Questão
de sobrevivência sabe. Ela mudou, mudou
muito. Às vezes sente falta de quem foi um dia, mais outras vezes acha que foi
alívio. Se importar é uma emoção pra quem gosta de sofrer, e sofrer é perder
tempo na opinião dela. Com a maturidade aprendeu a desgostar do que não pode
ser verdadeiro, e agora ela aprendeu a gostar das mesmas coisas, só que de
uma forma diferente. E aprendeu que não pode escolher como se sente, mas pode
escolher o que fazer a respeito. Ela vive. Sem passados. Cheia de presentes.
Stefanny Cavalcanti
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